7.7.10
sobre public engagement (III)
Há uns anos atrás fui apresentar uma comunicação sobre gestão de crises num congresso em Espanha. Estava cheio de sentimento pátrio e rigor cientifico. Esbracejei e entusiasmei-me com a minha "ponencia" e fiquei satisfeito com aquilo que apresentei. No final, um grande professor catalão, Antonio Nogueró i Grau, disse que nada de novo tinha sido acrescentado naquela sessão, e que embora muito interessantes, as apresentações não tinham acrescentado valor ao que já se sabia sobre a matéria. Fiquei chocado e reagi emocional-nacionalmente na altura. Passados estes anos voltei a lembrar-me deste episódio e, reflectindo, tenho que dar razão a Nogueró i Grau: no campo da comunicação e das RP desde 1985-1990 não há nada de novo. Não existe qualquer acrescento teórico ou prático que seja verdadeiramente inovador e que tenha posto em causa o paradigma existente. Quando Khun na "estrutura das revoluções científicas" falou sobre mudança de paradigmas, afirmava aquilo que são as caracterísiticas dos processos de mudança e como estas se processam. No campo da comunicação nada disso tem acontecido. Continuamos a funcionar no mesmo paradigma de há 20 anos e aquilo que tem vindo a surgir são variações do tema com umas quantas buzz words interessantes que permitem vectorializar os posicionamentos dos prestadores de serviço. Estou convencido que o esforço da GCI vai dar os seu frutos e vai colher resultados, ainda por cima porque já têm em curso alguns projectos muito interessantes. Mas não é uma mudança de paradigma, nem é uma inovação...é uma evolução, tal com tão bem confirmou hoje o seu presidente no seu blog. felicidades nesta nova fase de vida.