26.5.08

"um" esclarecimento

Esclarecimento:

1 - A entrevista recentemente publicada no vosso Jornal e que me foi feita [pelo jornalista Paulo Moura], resultou de uma conversa solta, de mais de três horas, ao estilo do P2 e, necessariamente, nem todas as expressões utilizadas no texto foram ipsis verbis aquelas que utilizei.

2 - A seriedade com que tratou o que eu disse é irrepreensível e apenas discordo de uma frase sua - se a mesma for interpretada literalmente - que é a de algum "medo" que certos jornalistas me têm. Nem pela presença física nem pelo meu comportamento pretendo inspirar qualquer outro sentimento nos jornalistas com quem me relaciono que não seja o de um respeito mútuo. Saliento o mútuo e os jornalistas.

Não estendo esse respeito a comentadores avulsos e a gente que não trabalha, vivendo de comentar o que outros fazem.

3 - No correr do texto dizem-se, a certa altura, duas coisas que, nada tendo a ver uma com a outra, têm causado, a primeira, algum embaraço - quem sabe legítimo - num órgão de comunicação social que é o Correio da Manhã e, a segunda, tem sido motivo de comentário com manifesta má-fé por parte de alguns articulistas e comentadores.

4 - A primeira é uma afirmação sobre "colocar textos de opinadores em órgãos de comunicação social", sendo que no texto são mencionados dois órgãos - o Correio da Manhã e o Diário Económico - e dois opinadores.

5 - A segunda é a minha afirmação de que gostaria que o PSD chegasse ao poder para poder ter acesso a outros mercados e que, não falando de alguns mentecaptos, até a soldo de outra agência de comunicação, causou alguma estranheza até a pessoas que me são próximas e a comentadores que, não conhecendo, respeito.

Exposto que está o motivo desta breve nota, solicito a publicação deste Esclarecimento que se segue, deixando, claro, ao seu critério jornalístico a decisão sobre se falo ou não verdade, isto é, se na gravação da entrevista estão ou não reflectidos os conteúdos dos dois seguintes parágrafos:

A) Em nenhum momento foi dito que o entrevistado colocasse artigos de a, b ou c nos meios Correio da Manhã ou Diário Económico. O sentido das afirmações foi este: quando há bons articulistas e quando estes me pedem ajuda, como conheço jornais e jornalistas, tento ajudar a publicação dos textos. Remetendoos para os jornais - e dei exemplos de vários generalístas de referência e especializados -, cabendo às respectivas direcções publicar ou não. Mais transparente não se pode ser.

B) Quando disse que gostaria que o PSD fosse para o poder para eu poder ter acesso a outro tipo de contratos, disse, obviamente, o mesmo que o presidente da APECOM, Salvador da Cunha, disse dias antes e que é um facto: em Portugal há uma agência do regime. São adjudicadas tarefas para o Estado sem qualquer transparência. E, ou há moralidade...

Por último, gostaria de salientar que tenho muito orgulho em ter uma consultora de comunicação, que é uma empresa como qualquer outra e que não tenho que me esconder nem que deixar de ter qualquer protagonismo. Outros preferirão receber através de uma qualquer factura falsa. Eu assumo o que faço e faço-o, repito, com total transparência.

António Cunha Vaz Lisboa