19.3.08

crónicas #2 oje

Sobre o Associativismo em Portugal (parte II)

Prometi falar sobre o associativismo em comunicação. Prometido é devido. A nossa história associativa em comunicação foi desde sempre marcada por grande instabilidade. A fundação da SOPREP em 1968 foi, ao que eu saiba, o primeiro acto associativo nesta área em Portugal. À SOPREP sucederam-se associações que nunca se conseguiram afirmar. Desde então, continua-se a perder “energia associativa” com consequências ao nível do reconhecimento, legitimidade e reputação profissionais. Também ao nível do associativismo empresarial sempre houve dificuldades. A APECOM, fundada em 1989, atravessou diversos momentos conturbados, e não conseguiu até hoje agarrar o “momentum”. O que se passou nestas várias associações espelha o mais típico da “alma associativa” nacional: interesses individuais e imediatistas, prejudicam os de todos a longo prazo, numa espiral negativa de comportamentos quase infantil. Parece que a nova liderança da APECOM quer mudar as coisas. Parece que ao nível associativo dos profissionais nada se passa. E é pena, porque todos, indivíduos e empresas, beneficiariam dessa força. Ganhar-se-ia reputação, competência, reconhecimento, melhoria de processos, lisura nos procedimentos, clareza nas relações entre empresas e consultores. E não é preciso inventar nada, basta seguir bons exemplos. Olhem para Inglaterra e vejam o que o CIPR e a PRCA vêm fazendo há anos. Inspirador!