22.10.10

parte III: sobre o referido episódio e para terminar

1º o jactante professor põe em causa que os profissionais de RP antes de irem para a universidade tenham boas maneiras. caso me venha a cruzar com a douta figura, não foi o que aprendi no INP, na Universidade de Exeter e na Universidade Católica Portuguesa (programas de licenciatura, mestrado e doutoramento por mim frequentados) que me impedirá de o umbelicar, antes a educação que a minha considerada família me providenciou desde o berço, felicidade que a douta figura, pelo demonstrado, não teve

2º insinua a figura que nós aprendemos "simplesmente a manejar os instrumentos técnicos das relações públicas", quando, na verdade, aprendemos a manejá-los complexamente. mais, não só aprendemos a manejar os instrumentos de RP como dominamos com proficiência bastante, também os de culinária (a minha última aquisição foi um jogo de facas Mill Inox, para carne e peixe, invejáveis e de uma fiabilidade impronunciável)e os de jardinagem (comprei recentemente uma tesoura de poda com penho em PVC de marca bellota, que torna o trabalho de jardim, incomensuravelmente mais eficiente)

3º refere o jactancioso magister que não existe o manejamento de conceitos no ensino e reflexão das RP em Portugal. questiono então, o que se andará a fazer na FCSH da Universidade Nova de Lisboa, escola da sibilina personagem, onde há uma licenciatura nesta área, ou de outras universidades deste país (UBI, Universiade do Minho, Universidade Católica etc..) com reconhecimento nacional e internacional? questiono ainda as aulas que eu próprio fui dar à FCSH da Universidade Nova e ao ISCTE?

4º por fim, respeitosamente questiono o lustroso mestre: estará o mestre confortável com o facto de ter orientado teses de mestrado nas áreas primárias ou secundárias das RP? sentir-se-á o mestre tranquilo com o facto da FCSH da Universidade Nova aceitar alunos de Doutoramento e Mestrado nestas áreas, como o faz? sentir-se-á a eminente luminária disponível para demonstrar a viabilidade científica da semiótica no contexto das ciências da comunicação, atendendo às dúvidas radicais apresentadas por Peirce?

5º o letrado doutor acobilha saberes licnomancicos sobre ciências provocadoras de oscitação, e grazina do varandim, questionando o alter sem tamisar o fel. lamento. felizmente não é epidémico o seu mal.



nota final: com esta parte terceira termina aqui, para mim, o episódio, porque quem de direito já falou e escreveu em protesto. nada me move contra o ISCSP, nada me move contra a FCSH da Universidade Nova, nem com os meus escritos tive a intenção de ajuizar sobre as provas que o Dr. Nuno Brandão prestou. não são os méritos do ISCSP que estão em causa, nem os méritos do Dr. Nuno Brandão. quem de direito terá opinião sobre tais factos. os meus 3 comentários visaram, apenas e só, o Professor Adriano Duarte Rodrigues e os ataques por ele efectuados a um campo de saber que também é um campo profissional (campos a que me orgulho de pertencer e que continuarei a defender). tudo isto teria sido evitado se o Professor tivesse tido a humildade de reconhecer os seus erros (que não cientificos) de costumes. obviamente não fui ao âmago da questão e não discuti teoricamente o conceito de público nas suas mais variadas vertentes. decidi ironizar, metaforizar hiperbolizar, em suma, "figuradeestilizar" sobre o episódio. episódio este que se não tivesse acontecido poderia ter sido escrito por David Lodge. é lamentavel que isto tudo tenha sido um acontecimento para o campo das RP. deveria ter sido, tão só e apenas, um episódio sobre a qualidade intelectual, emocional e moral das figuras da nossa academia e da inevitabilidade da degradação das suas condições cognitivas que impedem que jovens e valorosos académicos ocupem os lugares(não falo em causa própria) e façam verdadeiramente avançar o conhecimento no nosso país. no campo das Ciencias Sociais e Humanas o país académico está mal servido, muito mal servido e vai continar a estar se este estado de coisas não fôr alterado.