24.6.08
crónicas # 13 OJE Rentabilidade das empresas de comunicação
Há uns anos falava eu com o dono de um bar, e perguntei-lhe como tinha ido parar ao negócio da "noite". Espantado, respondeu-me que o negócio dele não era a "noite", mas sim a "venda de gelo". A rentabilidade dele andava na casa dos 290%. E qual é o negócio das empresas de comunicação? Venda de criatividade, resolução de problemas, aconselhamento? Nada disso, o negócio é vender tempo de utilização do cérebro a terceiros. O sucesso das empresas de comunicação depende do volume de unidades de tempo de utilização do nosso cérebro, que conseguimos vender a clientes. Quanto melhor o nosso cérebro, mais eficientes somos: 1) fazemos mais e melhor em menos tempo; 2) o custo por unidade de tempo de cérebros melhores é maior. O problema das empresas de comunicação reside precisamente aqui: ter bons cérebros ao seu serviço para os fazer trabalhar bem, durante muitas horas, ao serviço de clientes. Vejamos um exemplo: imagine-se uma empresa com 18 colaboradores (todos client facing) com um custo médio de hora/homem na casa dos 100€, com lucros antes de impostos de cerca de 230.000€ (facturação de 1,7 milhões €): 13% de rentabilidade. À primeira vista parece óptimo! Mas se fizermos contas vemos que cada pessoa só cobra cerca de 21 horas semanais. O que se passa nas outras? O mais angustiante do exemplo, é vermos que bastariam mais 4 horas/homem de trabalho cobrado, para a rentabilidade subir acima dos 20%. E ainda dizem que a formação não vale a pena
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